Os riscos do exercícios excessivos na Esclerose Lateral Amiotrófica: atualização da literatura.
- Canal do Personal
- Aug 21, 2015
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A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) trata-se de uma doença neurodegenerativa de caráter progressivo. A evolução geralmente é rápida e, na maioria dos pacientes o intervalo entre o início dos primeiros sintomas e a dependência de suporte ventilatório é de dois a quatro anos. Em mais de 70% dos casos, a fraqueza muscular em membros inferiores ou superiores encontra-se presente, podendo acometer também a musculatura bulbar. No início do quadro, o déficit de força comumente ocorre de maneira focal e assimétrica, comprometendo principalmente a musculatura distal dos membros. Com a progressão da doença, evolui para a região proximal, resultando em quadro de importante limitação funcional. Apesar de alguns estudos não sustentarem a prática de exercícios na Esclerose Lateral Amiotrófica como uma medida segura, estudos realizados em modelos animais de (ELA) revelaram que um programa de condicionamento de intensidade moderada não resultou em menor sobrevida, contrariando a hipótese dos efeitos deletérios do exercício na doença. Em outro estudo de caso, foi identificado um aumento da força muscular em músculos espásticos, mas não em músculos flácidos. Em adição, efeitos fisiológicos e psicológicos positivos têm sido descritos como decorrentes da prática de exercícios, principalmente se implementados antes da instalação de um estágio avançado de atrofia muscular.

Devido à baixa expectativa de vida após o diagnóstico da doença, e a dificuldade em fortalecer os músculos já comprometidos, o principal objetivo do exercício físico é manter a capacidade funcional motora e minimizar a progressão da doença. Em relação à prescrição adequada dos exercícios, é importante considerarmos o estágio em que a doença se encontra antes de elaborarmos uma estratégia de tratamento. Segundo os autores, um programa de exercícios de fortalecimento pode ser um componente essencial do tratamento. Variáveis como estágio da doença, intensidade e carga dos exercícios devem ser consideradas antes da elaboração de um plano de tratamento. A prática regular de exercícios com carga e intensidade moderadas pode resultar em melhora do déficit motor, da capacidade funcional e da qualidade de vida. É possível que o uso da ventilação não invasiva durante a realização dos exercícios permita uma maior tolerância à prática de atividades físicas e, por isso, reduza as complicações associadas à imobilidade, atenuando desta forma a taxa de progressão da doença.
Temos que entender que, quando a própria doença não se cura não é o exercício físico que vai cura la, mas com certeza, os exercícios físicos vão melhorar a capacidade funcional e minimizar a progressão da doença em níveis motores, podendo assim aumentar a qualidade de vida. Lembrando sempre que a boa orientação faz toda a diferença!
Fonte: Revista Brasileira de Neurologia » Volume 45 » No 3 » jul - ago - set, 2009.
Para ler o artigo na íntegra acesse: http://www.canaldopersonal.com.br/#!artigos/cuy0
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