Recondicionamento muscular na DPOC: principais intervenções e novas tendências
- Canal do Personal
- Aug 7, 2015
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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença que acomete os pulmões e causa dificuldade para respirar. É causada, principalmente, pelo cigarro. A DPOC tem dois componentes, o enfisema pulmonar - que é a destruição dos alvéolos, e a bronquite crônica – a inflamação dos brônquios
Pessoas com mais de 40 anos, fumantes ou ex-fumantes, estão mais suscetíveis à DPOC. Pessoas que nunca fumaram mas estiveram expostas a substâncias tóxicas, poluição, gases ou fumaça também podem desenvolver a doença. Os sintomas mais comuns da doença são falta de ar, tosse e produção de catarro com ou sem chiado no peito, comumente confundidos com o envelhecimento natural.
A intolerância ao exercício físico é comum em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Este fato já foi atribuído exclusivamente ao distúrbio respiratório que esses indivíduos apresentam, sendo assim, atualmente tem-se visto que a disfunção muscular esquelética periférica é um fator importante, diminuindo a capacidade de realizar exercícios nessa população. Até mesmo quando se faz transplante de pulmão essa intolerância ainda persiste.
Tendo em vista que a função ventilatória dos portadores de DPOC pode ser melhorada apenas discretamente por terapias clínicas, o condicionamento físico tem papel fundamental com a finalidade de reduzir a demanda respiratória e a sensação de dispnéia. Quando comparado com outros tipos de tratamentos, como broncodilatadores ou teofilina oral, o exercício físico está associado a melhora mais significativa da qualidade de vida e da capacidade funcional.
Existem evidências de que o exercício físico é a conduta mais efetiva na reabilitação pulmonar. Associado a qualquer outro tipo de terapia, o exercício físico pode aumentar significativamente a capacidade física e a qualidade de vida de pacientes com DPOC.
O exercício aeróbio é recomendado para indivíduos com DPOC e seus benefícios são observados independentemente do estádio da doença em que o paciente se encontra. Este tipo de treinamento aumenta a concentração de enzimas oxidativas mitocondriais, aumenta a capilarização dos músculos treinados, o limiar anaeróbio, e diminui o tempo de recuperação da creatina fosfato (CP), resultando em melhora da capacidade de exercício.
Tendo em vista que a fraqueza muscular contribui na intolerância ao exercício de portadores de doença pulmonar, o exercício de força é opção racional no processo de reabilitação pulmonar. A diminuição de força em portadores de DPOC acontece principalmente nos membros inferiores. Gosselink et al. mostraram que a diminuição de força de quadríceps é significativamente maior que a perda de força de peitorais ou de grande dorsal e que, nos membros superiores, a redução da força é maior nos músculos proximais do ombro.
Sem dúvida, os componentes mais efetivos da reabilitação pulmonar são aqueles relacionados à atividade física como os exercícios aeróbios, os exercícios resistivos periféricos e respiratórios, além da associação destas duas modalidades. Atualmente há o interesse da comunidade científica em desenvolver terapias coadjuvantes com o intuito de maximizar os efeitos dos programas de condicionamento físico.
Nesse sentido, a terapia com esteróides anabolizantes, começando a ser avaliada, e a estimulação elétrica neuromuscular (EENM), terapia com creatina, ainda incipientes, abrem novas perspectivas em relação às estratégias para o recondicionamento muscular esquelético em pacientes com DPOC.
Lembrando sempre que a boa orientação faz a diferença!
Fonte: Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 4 – Jul/Ago, 2004
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